Por Shane J. Lopez

Em alguns momentos, no decorrer do sé­culo XX, a pesquisa e a prática da psicolo­gia macularam a reputação das emoções. Na pior das hipóteses, os profissionais da ajuda e o público em geral caracterizavam as emoções como perniciosas para nossa vida ou prejudiciais para a tomada racio­nal de decisões. Na melhor, as emoções foram retratadas como reflexos da satisfa­ção na vida ou como sinais de atitudes específicas que precisavam ser tomadas no dia a dia. A pesquisa popularizada no sé­culo XXI (e examinada no Capítulo 7 e nes­te) demonstra que as emoções positivas e as negativas podem determinar o quanto somos adaptativos em nossa vida cotidia­na (vide o Capítulo 7 para a definição de emoção de Nussbaum [2001]). O propósi­to deste capítulo é lhe apresentar a forma como as pessoas fazem o melhor de suas experiências emocionais – ou seja, como elas geralmente lidam com as emoções po­sitivas e negativas de uma maneira que leve a um resultado positivo, discutindo a teo­ria e a pesquisa associadas com o enfren­tamento voltado às emoções, à inteligên­cia emocional, à seletividade socioemo­cional e à narração emocional de histórias. Discutimos de que forma nos beneficiamos com a mobilização de nossas emoções, co­mo podemos aprender a processar e usar de forma competente o material carrega­do de emoções e como selecionar de forma mais eficiente o conteúdo emocional bom e ruim da vida, à medida que avançamos na idade. Por fim, descrevemos como o ato de compartilhar histórias de perturbação emocional nos ajuda a superar o estresse traumático e o sofrimento.
Enfrentamento voltado às emoções: descobrindo o potencial adaptativo da aproximação emocional

O poder das emoções é descrito tra­dicionalmente, em termos negativos, como “a fera interior” (Averill, 1990). Emoções intensas eram consideradas disfuncionais e opostas à racionalidade. A pesquisa no século XX muitas vezes sustentou essa vi­são das experiências emocionais ao vinculá-las a resultados mal-adaptativos na vida. Entretanto, quando Annette Stanton, psicó­loga positiva da Universidade da Califórnia, [143] em Los Angeles, exa­minou o potencial adaptativo do enfrentamento voltado às emoções (isto é, regular as emoções que cercam um even­to estressante), con­cluiu que havia um problema na forma como as emoções eram definidas e medidas em parte das pesquisas. De fato, era visível que havia uma grande disparidade nos itens usa­dos para medir o fenômeno do enfrentamento voltado às emoções, e isso levou a associações pouco claras entre o que era cha­mado de “enfrentamento voltado às emo­ções” e o ajuste psicológico. Ou seja, Stanton, Danoff-Burg, Cameron e Ellis (1994) concluíram que as escalas que ava­liavam o enfrentamento voltado às emo­ções continham itens nos quais o respondente tinha que censurar a si mesmo ou admitir ter desconforto ou psicopatologia sempre que reconhecesse vivenciar uma emoção intensa. As respostas a itens como “Eu me culpo por me tornar emotivo de­mais” (Scheier, Weintraub e Carver, 1986) e “Eu me incomodo e libero minhas emo­ções” (Carver, Scheier e Weintraub, 1989) tinham mais probabilidades de apresentar correlação positiva com respostas a itens sobre uma visão negativa de si próprio ou a desconforto geral. Quando se retiraram as perguntas que situavam a regulação emocional dessa maneira confusa dos pro­tocolos de pesquisa, a relação muito cita­da entre maior enfrentamento voltado às emoções e resultados inferiores na vida foi considerada inválida.
Stanton e colaboradores passaram a última década trabalhando para esclarecer o que significa “enfrentamento voltado às emoções”.

Especificamente, Stanton, Parsa e Austenfeld (2002, p. 150) declararam que “se pode dizer que o enfrentamento por meio da aproximação emocional tem po­tencial adaptativo, cuja realização pode depender… do contexto situacional, do meio interpessoal e de atributos do indiví­duo”. O que eles chamam de aproxima­ção emocional está relacionado a movi­mento ativo em direção a um evento estressante, em lugar de para longe dele. Essa distinção entre aproximação emocio­nal e evitação emocional é sustentada pela existência de dois sistemas neurobiológicos que comandam os comportamentos de aproximação (ou seja, apetente) e evitação. O sistema de ativação comportamental re­gula nossa motivação para a aproximação, que nos ajuda a concretizar recompensas emocionais ou comportamentais, ao passo que o sistema de inibição comportamental funciona para nos ajudar a evitar eventos negativos e punição (Depue, 1996).

Stanton, Kirk, Cameron e Danoff-Burg (2000) identificaram dois processos rela­cionados, mas distintos, no enfrentamento voltado às emoções com base na aproxima­ção. Um deles envolve o processamento emocional, ou as tentativas de entender as emoções, e um segundo reflete a expressão emocional ou demonstrações de sen­timento livres e intencionais. Os pesquisa­dores, então, criaram escalas para dar conta desses dois enfoques do processamento emocional e da expressão emocional (vide o Quadro 8.1 para uma lista de componen­tes dos dois processos).

Com o enfrentamento voltado às emo­ções definido e medido de forma mais clara e objetiva, Stanton e colaboradores (Stanton et al., 2000; Stanton, Danoff-Burg e Huggins, 2002) conseguiram elucidar as funções da aproximação emocional. Usan­do suas medidas revisadas, Stanton e cola­boradores (2000) estudaram o impacto do enfrentamento voltado às emoções sobre a adaptação de mulheres ao câncer de mama. Durante um período de três meses, mulheres que usavam enfrentamento voltado às emo­ções perceberam sua situação de saúde co­mo melhor, tiveram desconforto psicológico menor e menos consultas médicas em [144] funcão de dores e indisposições relacionadas ao câncer, comparadas às que não usavam. Trabalhando com uma população de estudantes de graduação, Stanton, Kirk, Cameron e Danoff-Burg (2000) concluíram que os que estavam lidando com a doença psicológica ou física de um dos pais enfren­tavam melhor seus fatores de estresse se estivessem designados a sessões adequa­das às suas tendências de aproximação emocional. Ou seja, as pessoas que anteriormente haviam informado uma prefe­rência por expressar emoções sob pressão se saíram melhor quando participavam de sessões que lhes permitiam liberar as emo­ções em vez de, simplesmente, receber fa­tos. Por outro lado, os participantes que não informaram uma preferência por ex­pressar emoções quando estavam lidando com estresse se saíam melhor quando co­locados na condição de informação do que na condição de enfreníamento voltado às emoções. Essas conclusões sugerem que as preferências emocionais relacionadas ao enfrentamento podem interagir com as contingências ambientais para determinar os resultados psicológicos.

Trabalhos recentes sobre enfrentamen­to voltado às emoções, resumidos em uma revisão de Austenfeld e Stanton (2004), destacam o potencial adaptativo da expres­são e do processamento emocional ao en­frentar a infertilidade, o câncer e a dor crô­nica. Evidências de casos coletadas dos re­latos de nossos clientes e amigos sugerem que o potencial adaptativo da aproximação emocional também se concretiza em cir­cunstâncias de vida normais. Por exemplo, todos os dias, somos desafiados por estresses menores (spans em sua caixa de e-mail, gen­te ruim, tráfego) e por problemas reais (fal­ta de dinheiro, pequenas doenças, precon­ceitos sutis) que ativam emoções das quais podemos nos aproximar ou evitar. A maio­ria das pessoas parece se beneficiar, pelo menos no curto prazo, ao expressar suas emoções de forma significativa. Mais do que isso, o processamento emocional parece se tornar mais adaptativo à medida que as pes­soas aprendem mais sobre como se sentem e porque se sentem assim.

Dadas as consistentes conclusões re­lacionando o enfrentamento voltado às emoções e os resultados adaptativos sob determinadas circunstâncias, é importante entender de que forma a aproximação emo­cional nos beneficia. Evidentemente, se afastássemos nossas atenções dos [145] sentimentos desagradáveis cada vez que os sen­tíssemos, muito pouco aprenderíamos so­bre como esses sentimentos influenciam a nós e a nossos amigos (Salovey, Mayer e Caruso, 2002). Essa abordagem de enfrentamento pode ajudar a entender melhor nossas experiências e direcionar nossa aten­ção para resultados centrais (Frijda, 1994). Além disso, com o passar do tempo, pode­mos desenvolver a tendência a enfrentar nosso fatores de estresse direta e repetida­mente (em lugar de evitá-los em determi­nadas ocasiões) e assim nos habituar a cer­tas experiências negativas previsíveis. Aprendemos que o sofrimento emocional acaba por ceder e que o tempo cura as fe­ridas emocionais e físicas. Como se discute posteriormente neste capítulo, entender a experiência emocional pode ajudar a pes­soa a escolher relações e ambientes ideais (Carstensen, 1998). Em âmbito neuroló­gico, Depue (1996) aponta o envolvimento do sistema de ativação comportamental e LeDoux (1996) revela que uma determi­nada estrutura cerebral, a amígdala, cum­pre um papel de destaque no proces­samento de questões de importância emo­cional. Especificamente, LeDoux sugere que, em circunstâncias livres de estresse, nosso pensar é comandado pelo hipo­campo, mas, durante tempos mais estressantes, nossos processos de pensamento – e, portanto, aspectos de nosso enfrentamento – são comandados pela amígdala. Futuros exames da neurobiologia do enfrentamento focado nas emoções podem desmistificar ainda mais os benefícios de se aproximar das emoções e os funciona­mentos de estruturas cerebrais como amíg­dala relacionados a isso.

O caso de um sobrevivente de furacão

Enquanto esperava na fila para assis­tência, junto com dúzias de sobreviventes, testemunhei (S.J.L.) pessoas que estavam evitando todas as emoções, e algumas que estavam visivelmente dominadas pelo que estavam vivenciando. Meu palpite é que as que estavam enfrentando suas emoções estão se saindo melhor hoje em dia do que as que não estavam. Eu era um visitante na área do desastre, a casa de minha mãe” foi atingida, mas ela estava sã e salva. Ela e eu conversamos com muitos de nossos vizinhos que haviam perdido suas casas e estavam tentando retomar suas vidas.

Comecei uma conversa com um homem da minha idade. Achei que o reconhecera da escola de ensino médio e acabei sabendo que Ted era da região de Nova Orleans, a cerca de 250 quilômetros de distância. Ele e sua mulher haviam sobrevivido ao furacão Katrina, mas sua casa estava inabitável. Ele se mudou para New Iberia para encontrar uma casa para sua família e então o furacão Rita atingiu aquela cidade. Ted me contou a história toda. Ele ou­viu dizer que o Katrina havia posto mais de 1,5 metro de água dentro de sua casa em Nova Orleans, mas ele não tinha permissão para voltar e ver, em função da fal­ta de segurança. Ele acabou indo para Nova Iberia e alugou um apartamento para sua mulher e seus dois filhos. Depois, disse Ted “O Rita chegou e assustou muito a minha família”. Ele me contou que estava assustado porque talvez nunca mais conseguisse manter sua mulher e seus filhos segu­ros. Ted expressou suas emoções em lingua­gem simples, que transmitia a profundida­de de seu medo e de sua tristeza.

Ted e eu conversamos um pouco mais e ficou claro que ele havia passado muito tempo com sua mulher, processando suas emoções. Perguntei sobre como seus meni­nos estavam enfrentando a situação. Ele riu: “As crianças são impressionantes!”. Ele disse que eles não entendiam a necessida­de de todas as mudanças em suas vidas, mas haviam enfrentado bem os altos e bai­xos. Na época, ele me disse: “Ontem, com­pramos beliches para os meninos e os mon­tamos na noite passada. Coloquei meu fi­lho na cama de cima e, bom…, sabe o que ele disse? “Pai, está começando a parecer que a gente tem casa de novo’”. Ted [146] mudou de assunto e disse: “Espero que essa fila comece a andar”.

Inteligência emocional: aprendendo as habilidades que fazem a diferença

Daniel Goleman, autor de artigos científicos em inúmeros periódicos e jor­nais, popularizou o conceito de inteligên­cia emocional na década de 1990. Seu li­vro de 1995, Inteligência emocional: por que ela pode ser mais importante do que o QI, apresentou ao público em geral os con­ceitos emocionais que vinham sendo dis­cutidos por psicólogos e leigos durante dé­cadas. Profissionais de todos os tipos se basearam nesse importante tema do mo­mento e divulgaram suas visões acerca da inteligência emocional na imprensa popu­lar, ou no que se chamou de “indústria do desenvolvimento organizacional” (que se trata, basicamente, de programas de for­mação voltados a ajudar empregados a atingir seu potencial profissional atingin­do seu potencial pessoal). Até o momen­to, inúmeros amálgamas de constructos psicológicos foram conceituados como reflexos da inteligência emocional (vide Bar-On, 1997; Schutte et al., 1998). Por exem­plo, Bar-On (1997, 2000) define inteligên­cia emocional como um conjunto de ca­pacidades, competências e habilidades não-cognitivas que nos ajudam a lidar com as demandas do ambiente, mas o inven­tário relacionado, o EQ-1 (Bar-On, 1997), mede basicamente variáveis de persona­lidade e humor, como autorrespeito, empatia, tolerância e felicidade. Essa ver­são ateórica da inteligência emocional pode ser distinta de outras formas de in­teligência, mas, ainda assim, parece coin­cidir com operacionalizações existentes de variáveis psicológicas significativas. Portanto, medir esse tipo de inteligência emo­cional pode não proporcionar novas in­formações que possam ajudar um pesqui­sador ou profissional a predizer resulta­dos positivos na vida.

Acreditamos que a proliferação de modelos de inteligência emocional, junto com o apelo geral e a popularidade desse constructo positivo, levou a uma turvação das águas. Como resultado disso, talvez a inteligência emocional seja atualmente um dos constructos mais mal entendidos e mal representados da psicologia. Por isso, vol­tamos às raízes da pesquisa em inteligên­cia emocional e demonstramos como aprendemos a administrar material carre­gado de emoções em nosso benefício e de outros.

Em 1960, Mowrer respondeu ao pen­samento dominante de que as emoções minavam a inteligência, sugerindo que a emoção era, na verdade, “uma inteligên­cia de ordem superior” (p. 308). Peter Salovey, da Universidade de Yale, e John Mayer, da Universidade de New Hampshire (Mayer, DiPaolo e Salovey, 1990; Salovey e Mayer, 1990) compartilhavam o senti­mento de Mowrer e teorizaram que, para se adaptar às circunstâncias da vida, eram necessárias capacidades cognitivas e habili­dades emocionais que conduzissem nosso comportamento. Em seus artigos originais de 1990, Salovey e Mayer construíram uma estrutura teórica para a inteligência emo­cional. Ela continha três componentes centrais: avaliação e expressão, regula­ção e utilização. Es­sas idéias incipientes sobre um conjunto de capacidades emocio­nais que poderiam dar às pessoas um estoque de recursos in­telectuais foram bem recebidas pelo pú­blico em geral e pe­los estudiosos da psi­cologia.

O modelo de inteligência [147] emocional de Salovey e Mayer, baseado em ca­pacidades e com quatro ramos (vide o Qua­dro 8.2; Mayer, DiPaolo e Salovey, 1990; Mayer e Salovey, 1997; Salovey e Mayer, 1990; Salovey et al., 2002), fundamentava-se na visão de que as habilidades necessárias para raciocinar sobre as emoções e usar o material emocional podem ser aprendidas. O ramo 1 do modelo envolve as habilidades necessárias para perceber e expressar sentimentos. Mais especifica­mente, a percepção das emoções requer a identificação de sinais emocionais sutis que podem ser expressos na voz ou no rosto de uma pessoa. Por exemplo, ao conversar com um amigo sobre um tópico político carregado emocionalmente, uma pessoa habilidosa na percepção das emoções sabe determinar quais aspectos da discussão são território seguro ou inseguro com base no comportamento não-verbal do amigo. Es­sas habilidades de percepção podem ser consideradas como uma competência básica que deve ser adquirida para que as outras três competências da inteligência emocional possam ser desenvolvidas.

O ramo 2 desse modelo de capacida­des diz respeito a usar as emoções e o en­tendimento emocional para facilitar o pen­samento. Dito de forma simples, as pesso­as emocionalmente inteligentes aproveitam as emoções e trabalham com elas para melhorar a solução de problemas e aumentar a criatividade.

O feedback fisiológico da experiência emocional é usado para priorizar as deman­das sobre nossos sistemas cognitivos e direcionar a atenção ao que for mais [148] importante (Easterbrook, 1959; Mandler, 1975). Nesse aspecto, imagine que uma pessoa tenha que tomar uma decisão importante sobre um relacionamento. Ela deveria investir mais tempo em uma ami­zade que tem estado meio congelada ou assimilar as perdas e terminar a amizade de maneira civilizada? A forma como ela se sente física e emocionalmente quando pensa em continuar ou terminar a amiza­de pode dar algumas pistas sobre como proceder. Sendo assim, essa informação emocional direciona a atenção a diferen­tes possibilidades para lidar com a amiza­de. Além disso, quanto mais as emoções forem usadas em esforços para tomar boas decisões, maior será o aumento na inteli­gência emocional.

O ramo 3 de inteligência emocional destaca as habilidades necessárias para de­ senvolver uma compreensão das emoções complexas, das relações entre as emoções e das relações entre emoções e conseqüên­cias comportamentais. Alguém que apre­sente um elevado nível de compreensão emocional saberia que a esperança é um antídoto ao medo (vide o Capítulo 9) e que a tristeza ou a apatia são respostas mais apropriadas à perda de um amor do que o ódio. As pessoas com essas habilidades entendem que emoções como ciúme e in­veja são destrutivas por si sós (devido a suas repercussões fisiológicas e psicológi­cas) e que elas estimulam um comporta­mento interpessoal mal-adaptativo, que provavelmente resultará em uma prolife­ração de emoções negativas. A apreciação das relações dinâmicas entre emoções e comportamentos dá a uma pessoa emo­cionalmente inteligente uma sensação de que sabe “ler” melhor uma pessoa ou uma situação, e agir adequadamente, dadas as demandas do ambiente. Por exemplo, ima­gine o esforço emocional de uma pessoa a quem um amigo íntimo pede que traia a confiança de um colega de aula ou de trabalho. Essa pessoa pode se sentir decep­cionada ou chateada pelo fato de que o amigo lhe pediu que se comportasse de ma­neira inadequada. Caso se sinta tentada a romper a confiança, ela pode sentir uma onda de vergonha. Então, entender essas emoções complexas pode ajudá-la a defi­nir a atitude correta naquele momento.

Quanto mais praticarmos habilidades que estejam associadas aos ramos 1 a 3, mais conteúdo emocional haverá para ad­ministrar. A administração das emoções, o ramo 4, envolve diversas habilidades de regulação de humores, as quais são de di­fícil domínio, dado que a regulação é um ato de equilíbrio. Com excesso de regula­ção, uma pessoa pode se tornar emocio­nalmente reprimida; com muito pouca, sua vida emocional se torna avassaladora. As pessoas que ficam muito hábeis na regu­lação de seus humores também são capa­zes de compartilhar essas habilidades com outras. É comum que os melhores pais, professores, técnicos esportivos, líderes, chefes e modelos de comportamento sai­bam administrar suas emoções e que, ao mesmo tempo, instilem confiança nos ou­tros para que estejam abertos a sentimen­tos e os administrem adequadamente.

Cada uma das quatro dimensões do modelo de capacidades é avaliada com dois conjuntos de tarefas em uma medida cha­mada de Teste de Inteligência Emocional de Mayer-Salovey-Caruso (Emotional Intelligence Test, MSCEIT; Mayer, Salovey e Caruso, 2001). As tarefas relacionadas à percepção das emoções pedem que os respondentes identifiquem as emoções ex­pressas em fotografias de rostos, bem como os sentimentos sugeridos por desenhos ar­tísticos e paisagens. Para usar as emoções com vistas a facilitar o pensamento, devem descrever os sentimentos usando palavras não-relacionadas a sentimentos e indicar os sentimentos que possam facilitar ou in­terferir no desempenho bem-sucedido em várias tarefas. A dimensão relacionada a entender as emoções é avaliada com per­guntas sobre a maneira com que as emo­ções evoluem e como alguns sentimentos são gerados por misturas de emoções. Para cobrir a capacidade de administrar as [149] emoções, o MSCEIT apresenta uma série de ce­nários que evocam as formas mais adaptativas de regular os próprios sentimentos, bem como sentimentos que surjam em si­tuações sociais e em outras pessoas.

A prática de algumas das 16 habili­dades associadas aos quatro ramos da in­teligência emocional está fortemente asso­ciada ao funcionamento interpessoal posi­tivo. Por exemplo, Lopes, Brackett, Nezlek, Schütz, Sellin e Salovey (2004) examina­ram a relação entre a inteligência segundo a autoavaliação (usando MSCEIT; Mayer et al., 2001) e o comportamento social. Esses pesquisadores concluíram que as ca­pacidades daqueles estudantes universitá­rios (n = 118) de administrar emoções estavam positivamente correlacionadas com a qualidade das interações sociais. Outro trabalho com um grupo pequeno (n = 76) de universitários (Lopes, Salovey, Cote, Beers e Petty, 2005) revelou que as quali­dades relacionadas à regulação emocional estavam positivamente associadas à sensi­bilidade interpessoal (autoavaliações e in­dicações de colegas), com tendências pró-sociais e com as proporções entre indica­ções de colegas positivas e negativas. Es­sas relações permaneceram significativas após a realização de controle para os Cin­co Grandes traços de personalidade, bem como para inteligência verbal e fluida. Da mesma forma, em uma amostra de 103 estudantes universitários, Lopes, Salovey e Straus (2004) concluíram que indivíduos com habilidades de alto nível na administração de emoções tinham mais probabili­dades de informar relacionamentos positi­vos com outras pessoas, bem como apoio parental percebido, e menos probabilida­des de informar interações negativas com amigos íntimos. Essas associações se man­tiveram estatisticamente significativas mes­mo quando se realizou controle para os Cinco Grandes traços de personalidade e para inteligência verbal. Conclusões des­ses últimos estudos (Lopes, Salovey, Cote, Beers e Petty; Lopes, Salovey e Straus) des­tacam o valor agregado da inteligência emocional para entender a natureza das interações pessoa-a-pessoa, ou seja, a in­teligência emocional nos diz alguma coisa sobre o funcionamento social que os tra­ços de personalidade e a inteligência ana­ lítica não explicam.

Como revelado na revisão da seção anterior, acerca de pesquisas sobre enfrentamento voltado às emoções, envolver-se mais profundamente em suas experiências emocionais (ou perceber, usar, entender e administrar as emoções, para usar o jar­gão dos pesquisadores da inteligência emocional) tem seus benefícios. Mais do que isso, para pessoas que demonstram inteli­gência emocional, o funcionamento emo­cional positivo pode se concretizar. Como essas duas linhas de pesquisa (o trabalho de Stanton sobre a aproximação emocio­nal e o exame de Salovey e Mayer da inte­ligência emocional) estabelecem o poten­cial para trabalhar com suas emoções, nos­sa atenção se volta agora para o debate sobre a possibilidade de serem aprendidas habilidades emocionais. Mais de 300 pes­soas que trabalham no desenvolvimento de programas (Salovey et al., 2002) têm se intrigado com a possibilidade de ensinar a inteligência emocional. Sobre essa questão, as evidências de casos sugerem que as crianças, os jovens e os adultos podem ser ensinados a usar as experiências emocio­nais para enriquecer suas vidas cotidianas e podem ser capacitados para lidar com os eventos bons e ruins com que se deparam. O tempo e uma análise mais empírica, con­tudo, dirão se o desenvolvimento intencio­nal de habilidades realmente produz ga­nhos em inteligência emocional.

Também são necessárias mais pesqui­sas para determinar os substratos neuroló­gicos da inteligência emocional. Há algu­mas evidências de que a operação eficien­te da amígdala e do córtex pré-frontal ventromedial pode estar envolvida com a inteligência emocional (vide Damasio. 1994), mas a interação entre estruturas ce­rebrais nas pessoas com inteligência emocional elevada ainda não foi aprofundada. [150]

O caso de Maria

Maria é uma talentosa professora de ensino fundamental que adora seu traba­lho. Há alguns anos, eu (S.J.L.) tive o pri­vilégio de assistir à sua aula enquanto tra­balhava com um projeto de psicologia po­sitiva em sua escola. No primeiro dia em que a vi trabalhar com seus alunos, desen­volvi uma hipótese sobre o ensino eficaz, que ainda sustento: os bons educadores (em todos os níveis) ensinam conhecimen­tos e habilidades e são emocionalmente in­teligentes. Ou seja, acredito que, indepen­dentemente do foco da disciplina (por exemplo, matemática, química, espanhol, literatura, psicologia), os bons professores entendem o conteúdo emocional na sala e fazem pequenos ajustes em suas posturas de ensino para conseguir compartilhar efe­tivamente seu conhecimento com o grupo.

Na minha primeira visita à sala de aula de Maria, fiquei impressionado com a forma como ela conseguia “ler” uma [152] turma. Ela parecia saber o que cada aluno pre­cisava em qualquer momento dado, e pare­cia ter uma sensação do teor emocional ge­ral da sala. Por exemplo, antes do “daily check-in” (o nome que ela dava para uma verificação), Maria respondia à ansiedade da sala com comentários calmantes e um exercício de relaxamento rápido. Sua capa­cidade de perceber as emoções de seus alu­nos e responder a eles de maneira estraté­gica foi demonstrada repetidas vezes duran­te minhas cinco horas de observação.

Com base em minhas interações com Maria, parecia que ela também tinha um sentido aguçado de sua própria experiên­cia emocional. Ela se descrevia como in­tuitiva, e como alguém que parecia se ade­quar…, mas havia mais. Embora parecesse saber instintivamente o que ela e seus alu­nos estavam sentindo, também tinha habi­lidade de usar as emoções para despertar sua própria criatividade na sala de aula. Ela conseguia descartar a aula que havia pre­parado e criar uma atividade envolvente na hora, se os alunos estivessem ficando entediados ou inquietos. E tinha uma gran­de sensação do momento quando realiza­va essas mudanças importantes no plane­jamento, de forma que os estudantes nem se davam conta de que ela saiu do roteiro para chamar mais atenção.

É possível que minha visão sobre a elevada inteligência emocional de Maria tenha sido consolidada no dia em que a vi resolver uma disputa entre cinco alunos no pátio. As crianças estavam frustradas e cho­rosas, e Maria parecia entender as emoções delas e sua rápida troca de acusações e ex­plicações. Aos poucos, ela acalmou a situa­ção e ajudou cada aluno a sair bem do pro­blema… Então, de repente, um dos alunos gritou: “Você não está sendo justa, eu odeio você!”. Nesse momento, ela estimulou as outras crianças a voltar à brincadeira e se ajoelhou para falar com o que estava furi­oso, olho no olho. Com o tempo, sua pos­tura e sua careta pareceram se suavizar, e ele concordou com a cabeça e voltou a seus amigos. Ficou claro que a capacidade dela de administrar suas próprias emoções aju­dou esse menino a administrar as dele.

Maria compartilhou sua inteligência emocional com seus alunos todos os dias, dando exemplos de comportamento adaptativo. Minha opinião é que alguns de seus alunos aprenderam como obter o melhor de suas emoções assistindo-a.

Seletividade socioemocional: concentrando-se em etapas posteriores da vida, em emoções positivas e objetivos relacionados a emoções

Nossa capaci­dade de fazer o me­lhor de nossas ex­periências emocio­nais é determinada, em parte, por de­mandas pessoais e do ambiente, como nossa situação de saúde, nosso entor­no social e as normas culturais. Está fican­do claro, atualmente, que a capacidade sin­gular dos seres humanos de acompanhar o tempo durante toda sua vida também pode determinar quanta energia se dedica a objetivos emocionais. De fato, a teoria da seletividade socioemocional da psicóloga da Universidade de Stanford Laura Carstensen (1998; Carstensen e Charles, 1998) postula que a juventude pode ser subvalorizada e que os anos pos­teriores (os “anos dourados”) podem ser valiosos porque nos concentramos menos nas emoções negativas, nos envolvemos menos profundamente com o conteúdo emocional de nossos dias e desfrutamos das “coisas boas” da vida (por exemplo, esta­belecendo e aprimorando [153] relacionamentos). Carstensen argumenta que somos ca­pazes de apreciar esses benefícios em nos­sa idade avançada porque nos damos con­ta de que nos resta pouco tempo.

Em seu laboratório, Carstensen de­monstrou que os jovens e os mais velhos tratam materiais carregados de emoções de forma muito diferente. Em testes de aten­ção a estímulos novos, por exemplo, os participantes mais jovens prestaram aten­ção mais rapidamente a imagens negati­vas, ao passo que os mais velhos se volta­ram com mais rapidez a imagens carrega­das de emoções positivas (rosto sorrindo, bebê feliz, cachorrinho) (Charles, Mather e Carstensen, 2003). Com relação à lem­brança de eventos emocionais, Charles e colaboradores concluíram que os jovens (em idade universitária e um pouco mais velhos) lembraram-se de material positivo e negativo no mesmo nível, mas as pesso­as mais velhas tiveram um viés positivo no qual se lembravam do material positivo mais rapidamente do que do negativo. Es­ses estudos sugerem que o processo de interação com as emoções é diferente em adultos jovens e adultos mais velhos.

Independentemente de nossas ten­dências a prestar atenção e nos lembrar­mos de certos tipos de eventos, a vida dá a todos nós bênçãos e problemas. Nesse as­pecto, Carstensen e colaboradores concluí­ram que há efeitos relacionados à coorte etária para a forma como lidamos com ex­periências cotidianas positivas e negativas. Depois de monitorar os estados de humor de 184 pessoas (de 18 anos para cima) por uma semana, Carstensen, Pasupathi, Mayr e Nesselroade (2000) descobriram que seus participantes de pesquisa mais velhos não apenas não se incomodavam com coisas sem importância (que é como viam os even­tos negativos), como também desfrutavam dos eventos positivos (vivenciavam os re­síduos bons dos eventos positivos por pe­ríodos mais longos do que os mais jovens). Dadas essas conclusões, parece que as ex­periências e as emoções positivas passam a ser nossa prioridade à medida que enve­lhecemos e começamos a levar em consi­deração nossa mortalidade.

Por fim, ao contrário da fascinação dos jovens com objetivos orientados ao fu­turo com relação à aquisição de informa­ção e à ampliação de horizontes, as pes­soas mais velhas parecem se orientar a objetivos “aqui-e-agora”, que estimulam o sentido emocional (Kennedy, Fung e Carstensen, 2001). Lembrar-se de experi­ências positivas, desfrutar de momentos bons e estabelecer e investir em objetivos voltados às emoções influenciam sistema­ticamente as preferências sociais, a regu­lação emocional e o processamento cogni­tivo. Em termos gerais, contudo, o processo de envelhecimento parece estar ligado ao esforço por uma vida emocional mais profunda.
Narração emocional de histórias: o paradigma de pennebaker como foma de processar emoções negativas intensas

De vez em quando, vivenciamos even­tos que nos abalam muito. Eventos trau­máticos que causam agitação podem dre­nar igualmente os recursos de pessoas com um bom enfrentamento emocional, das emocionalmente inteligentes e dos jovens e dos velhos. É muito provável (com uma probabilidade de 95%) que, quando viven­ciamos um evento emocional avassalador, compartilhemos essa experiência com um amigo ou parente, no mesmo dia de sua ocorrência, geralmente nas horas seguin­tes (Rime, 1995). É quase como se fôsse­mos estimulados a contar a história de nos­so sofrimento emocional. É possível que tenhamos aprendido que não falar sobre nossas emoções intensas tem conseqüên­cias terríveis? Essa pergunta e muitas hipó­teses de pesquisa relacionadas a ela têm servido como motivação para o trabalho do psicólogo da Universidade do Texas [154] Jamie Pennebaker. Em 1989, o Dr. Pennebaker fez trabalhos revolucionários nessa área de pesquisa ao fazer a seguinte solici­tação para participantes de pesquisa que eram estudantes de graduação, em um gru­po experimental de um estudo:

Durante os próximos quatro dias, gosta­ria… que vocês escrevessem sobre seus mais profundos pensamentos e sentimen­tos com relação à sua experiência de vida mais traumática. Ao escrever, eu gostaria que vocês realmente se soltassem e ex­plorassem suas emoções e seus pensamentos mais profundos. Podem relacionar seu tópico a seus relacionamentos, incluindo os pais, parceiros amorosos, amigos e pa­rentes. Também podem relacionar a ex­periência a seu passado, seu presente ou seu futuro, ou a quem foram, a quem gos­tariam de ser ou a quem são agora. Po­dem escrever sobre as mesmas questões gerais ou experiências em todos os dias de redação, ou sobre traumas diferentes a cada dia. Tudo o que escreverem será completamente confidencial (p. 215).

Solicitou-se aos participantes do gru­po de controle que escrevessem durante 15 minutos por dia, ao longo de quatro dias, mas sobre um tópico não-emocional (como a descrição da sala em que estivessem sen­tados). Todos os participantes deveriam escrever de forma contínua, sem se preocu­par com ortografia, gramática e estrutura de sentenças. Os efeitos imediatos das duas intervenções foram tais que o grupo experi­mental ficou mais desconfortável. A seguir, com o passar do tempo (depois de duas semanas após o estudo), os membros do grupo de narração emocional de histórias vivenciaram diversos benefícios à saúde, incluindo menos consultas médicas no ano seguinte, do que os do grupo de controle.

Esse procedimento de pesquisa, en­volvendo o simples ato de abrir a própria perturbação emocional por escrito, que chamamos em geral de narração emocio­nal de histórias, é chamado agora de paradigma de Pennebaker (abrir-se por escrito, sistematicamente, em sessões bre­ves) . Essa técnica tem sido usada para abor­dar as emoções associadas a perda de em­prego (discutidas no Capítulo 17), diagnós­tico de doenças e rompimento de relacio­namentos (analisado em Pennebaker, 1997). Os efeitos positivos de longo prazo da narração emocional de histórias são muito consistentes, mas parece que as pes­soas com hostilidade (o que geralmente sugere dificuldade pessoal de administrar as emoções) têm uma resposta imune po­sitiva maior do que as pessoas com baixa hostilidade (Christensen e Smith, 1998), e os participantes que têm elevado traço de alexitimia (dificuldade de identificar e en­tender as emoções) vivenciaram efeitos mais saudáveis do que os que têm esse tra­ço baixo (Paez, Velasco e Gonzales, 1999). Citamos essas conclusões, especificamen­te, porque elas podem sugerir que as pes­soas que geralmente não têm a tendência (ou a habilidade) de trabalhar com o con­teúdo de vida emocionalmente carregado podem ter mais benefícios com esse meio de processamento de emoções negativas intensas.

As explicações teóricas para os benefí­cios da narração emocional de histórias em resposta a eventos traumáticos continuam a ser refinadas. Parece que a desinibição (abrir mão de estresse relacionado a emo­ções), o processamento emocional e as di­nâmicas sociais (quando o ato de se abrir ocorre fora do laboratório) estão em fun­cionamento (Niederhoffer e Pennebaker, 2002) quando alguém que esteja experi­mentando agitação emocional conta sua história. Dito de forma clara, “expressar experiências desconfortáveis em palavras permite que as pessoas parem de inibir seus pensamentos e sentimentos, comecem a organizar os pensamentos e, talvez, encon­trem sentido em seus traumas e reintegrem suas redes sociais” (Niederhoffer e Penne­ baker, p. 581). Acreditamos que essas ex­plicações para a potência da narração emo­cional de histórias podem ser resumidas como sendo o trabalhar estrategicamente com as emoções dentro de um contexto social. [155]
Trabalhando com as emoções para gerar mudança positiva

Psicólogos clínicos há muito discutem o papel das emoções no processo de mu­dança psicológica. Durante nossa forma­ção como psicólogos, somos aconselhados a identificar as emoções dos clientes e a refletir o conteúdo emocional de suas his­tórias por meio de declarações empáticas que fazemos em voz alta. As emoções eram consideradas os indicadores da qualidade do funcionamento, pois nos ajudavam a acompanhar como o cliente estava se sain­do. Agora, em função das pesquisas discu­tidas neste capítulo, formamos nossos alu­nos de graduação para considerar as emo­ções como determinantes da mudança po­sitiva, e não apenas como indicadores de crescimento. Na verdade, o quão bem nós e nossos clientes lidamos com eventos emo­cionais estabelece, em parte, os limites máximos do bem-estar pessoal.
Um ato de equilíbrio emocional

Lidar com os aspectos emocionais da vida certamente é um ato de equilíbrio (Salovey et al., 2002). Às vezes, experiên­cias emocionais intensas que sobrecarre­gam nossos recursos psicológicos podem resultar em respostas de evitação…, e isso provavelmente é adaptativo, mas lidar com emoções negativas de um modo que resul­te em ruminação (pensamento obsessivo) pode ser bastante mal-adaptativo. Equili­brar as tendências à aproximação e à evitação pode resultar em um melhor fun­cionamento.

Algumas pessoas são hábeis em ad­ministrar emoções negativas, mas não con­seguem identificar qualquer emoção posi­tiva intensa. Outras pessoas podem igno­rar as importantes mensagens de proteção transmitidas por emoções negativas, ao mesmo tempo que se mantêm abertas a sentimentos “bons”. Essas tentativas dese­quilibradas de processar sentimentos po­dem resultar em muitos dados perdidos, o que pode levar à tomada de más decisões. Fazer o melhor das experiências emocio­nais por meio de enfrentamento voltado às emoções, à inteligência emocional, à de­finição de objetivos emocionais e à narra­ção emocional de histórias pode ajudar a criar um meio equilibrado de lidar com a informação obtida a partir de todas as ex­periências emocionais.

Certamente, há muitas formas, pro­dutivas e não-produtivas, de lidar com as informações carregadas de emoções que processamos todos os dias. É importante aprender a trabalhar com as emoções [158] diversificando o seu repertório de habilida­des de enfrentamento e depois determinan­do o que é eficaz e leva a resultados dese­jados na vida. [159]

Snyder, C. Lopez, S. (2009). Fazendo o melhor de nossas experiências emocionais. in: C. Snyder, S. Lopez, (Ed.), Psicologia Positiva: Uma abordagem científica e prática das qualidades humanas. (pp.143-160). Porto Alegre/RS: Artmed.

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